segunda-feira, 25 de abril de 2011

W de Web

O grande desafio da seguinte geração de escritores é escrever sobre a tecnologia.
Isso é uma cita duma professora de inglês dum amigo que relatou ela para mim. Não me considero escritor, mas isso fez impacto forte. É justo: não tenho lido sobre os mensagens apaixonadas e floreadas no Facebook. Em conjunção com isso, eu havia suspeitado a existência dum vazio na alma da internet. Mas isso é uma perspectiva reacionária, uma resposta à natureza difícil de adaptar.

Escassez faz valor em muitas coisas. É mais fácil e tentador mergulhar nas palavras duma carta e saboreá-las que de um e-mail. Mas o propósito das frases e sentimentos expressados numa carta não é a carta. É a abrir-se à outra pessoa, algo que não deve ser valorizado em termos de disponibilidade. Então, o orgulho de não compartilhar demais faz sentido em termos econômicos ou, possivelmente, estilísticos, mas isso não deve ser a preocupação final. Acho que, para mim, o temor da comunicação instantânea e ilimitada é que, quando a porta estiver aberta, uma inundação interminável de expressão profunda não chegue. Na web é possível encontrar e esgotar os limites desta maneira, e por isso são reticentes com suas vozes.

Conheço uma menina que disse que encanta virtualidade. Inicialmente isso me parecia vápido- que preconceituoso sou! Os conquistadores das vistas apavoradas da interação na internet ficam na fronteira da experiência humana. Hoje faz duas semanas que não tenho perfil em “lugar para amigos” porque percebi que só era espelha para minhas preocupações e esperanças. Não tenho nenhuma idéia de que está acontecendo nas vidas dos meus amigos, mas me dava conforto só existir na realidade, se isso tiver sentido. Os navegadores nos planos de refração ilimitado vai descobrir.

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