quarta-feira, 30 de março de 2011

Q de Qaddafi

Moammar Qaddafi não é o primeiro e também não o último ditador do mundo árabe que vai sentir o fogo de ira da gente que tem controlado. A diferença na sua situação é a intervenção militar do Oeste. Isso tem provocado a reação zangada (mas ponderada) dos países “BRIC”- Brasil, Rússia, Índia, e China. As queixas deles incluem o neo-imperialismo e a violação da soberania. São duas coisas conectadas, claro, mas quero comentar sobre a “soberania.” O sistema moderno de estados foi criado pela Tratado de Westphalia em 1648. Este garantiu o controle dum estão pelo “soberano” dele. Esses soberanos eram geralmente monarcas. A idéia do estado soberano foi exportada pelos Europeus ao mundo inteiro. Obviamente os territórios imperiais não eram assim, mas depois com a independência, os territórios com linhas desenhadas pelas imperialistas se converteram em nações soberanas.

A idéia de ver o soberano dum pais, com fronteiras artificiais (como geralmente são no mundo árabe) controlado pelo ditador que oprima a população, como algo sagrado e inviolável, é um absurdo. É mais apropriada a intromissão aos americanos nativos ou à gente do Tibet porque acontece dentro de fronteiras nacionais? Acho que essas linhas artificiais vão desaparecer no mundo da globalização e vamos ter que aceitar um mundo humano de que os Qaddafis não merecem parte especial. Claro, bater papo sobre a filosofia do nacionalismo quando os rebeldes e legalistas de Líbia batem um no outro e morrem pelas suas crenças (que podem ser nacionalistas) é um pouco gasto, mas é frustrante como ainda moramos pelas regras egoístas de reis mortos.

P de Prova

“A vida não é como uma prova”- frase comum de conselho, ou consolação, dada pelos professores legais e adultos que aspiram à inspiração realista. Na verdade, atualmente, eu sempre sinto um punhal de receio quando ouço isso. É correto, e eu fico no lado dum sistema enganador. Os bons estudantes são acostumados de encontrar valor pessoal nos números e letras altos. É com uma bolsa cheia deles que vamos à universidade, apreensivos mas arrogantes, com sentimento de ser ganhador da escola pública. Para mim isso parecia o “mundo inteiro;” ser aceito como uma garantia de sucesso. Realmente, para mim era receita para depressão e crise existencial. Eu recebi boas notas, mas que fiz, verdadeiramente? Eventualmente não podia justificar a minha taxa escolar para uma diploma dourada e não tinha muito, salvo notas, para justificar uma bolsa de estudos. Eu tenho passado muito tempo tentando identificar o que, exatamente, eu fiz de errado. Ainda não sei, mas estou seguro de que as provas e os sucessos reais não estão tão próximos.

quinta-feira, 17 de março de 2011

O de Ópio

Como é possível quebrar as costas duma civilização? Os britânicos tentaram fazer isso com drogas. A disponibilidade fácil de ópio que eles induziram casou uma situação caotiquíssima na China e provocou as Guerras de Ópio em que a China foi aberta brutalmente aos impérios europeus. Muitos chineses se tornavam adito de ópio. Eles fumaram para tornar-se baratinados. Imagine que fosse um camponês chinês do século dezenove: incrivelmente pobre, morando nos caprichos do sol e da chuva, e de repente um escape aparecesse para a luz doce dum mundo de tranquilidade máxima que existe ao fim dum cachimbo cerâmico ou de bambu.

Claro, as drogas ainda são bem influentes. No mundo atual, se o poder dum governo numa região for diminuído, é provável que seja reposto por um cartel de drogas. Considere Afeganistão, México, Colômbia, ou as partes pobres das cidades americanas ou brasileiras. São domínios do olho frio do narcotráfico. Se uma catástrofe acontecesse e os governos do mundo desabassem, podia imaginar um mundo controlado por eles, que, como muitos governos históricas, controlam aceso de algo bem querido. A diferença entre ele e um guerreiro numa aldeia sem defensa, um Senhor com terra num lugar agrário, ou um dono dum cassino numa cidade de jogadores é difícil distinguir.

segunda-feira, 14 de março de 2011

N de Nirvana

Considerando tudo frustrado que eu escrevi sobre a hipocrisia de Boulder e o Colorado, devo mencionar algo ótimo que temos aqui. No meio do inverno, com todas as plantas mortas e uma acumulação de sujeira cobrindo o mundo, a neve pode parecer algo irritante e inútil. Mas é impossível, ainda assim, não gostar de algo tão importante à criança.

O dia de neve é um fantasma benévolo que domina as imaginações de todos os americanos jovens da parte norte do país. Na noite antes duma nevasca antecipada, todo jovem batia papo sobre isso, e com cada palavra a tormenta que vinha se tornava maior, mais perigosa e certa de paralisar a infraestrutura da cidade desastrosamente. Na manhã seguinte olhávamos para a televisão com concentração incrível, lendo a lista no fundo da tela de distritos de escolas fechadas.

O quintal, no começo de um dia de neve, nos convidava como tela branca que tivesse sido coberta em fortalezas, anjos (ou demônios) de neve, cicatrizes onde passaram as bolas gigantescas de boneco de neve, e as pegas das batalhas de bolas de neve e sincelos para espadas (eles geralmente só podiam ter função cerimonial, claro.)

Agora, na faculdade, as classes não são canceladas quando temos pés de neve, -15 °F e vento desumano, mas ainda tenho uma alegria selvagem de ver nosso mundo consumido pela neve.

sábado, 12 de março de 2011

M de Misturar

É uma experiência muito estranha mudar duma metrópole cheia de diversidade incrível para uma cidade cheia da gente rica branca que não pode fechar seu papo sobre a diversidade. É um absurdo, especialmente porque as mesmas pessoas que gostam de trombetear suas mentes abertas têm inclinação de pronunciar seu ódio do Sul-Americano e tudo que representa. Acho que é uma maneira de reconciliar a frustração com a estado deste pais com uma falta de habilidade de aceitar nenhuma semelhança de culpa. É assim que pode ver gente aqui fazendo estereótipos do sul-americano que sempre tem cuidado de não fazer sobre os outros países ou regiões. Claro eu sou fazendo a mesma coisa agora, e não é como tudo mundo aqui é exatamente assim, mais eu tenho me tornado chocado nas minhas aulas da natureza difundida desta perspectiva.

Houston é uma cidade de petróleo e então atraí gente de todo lugar- árabes, chineses e outra gente oriental, índios, europeus, africanos, latino-americanos. A posição entre o sul tradicional e o sul - ocidental significa que tem negros descendentes dos escravos e também gente hispânica que morava lá antes ou vem como imigrantes. Então, é uma cidade onde muita gente pode mesclar. Inicialmente quando foi a universidade lá eu tinha pretensão de ser aclimatado á diversidade. Embora não é tão simples- os filhos de doutores, advogados e engenheiros têm oportunidade de mesclar, mas ainda com poucas exceções os ricos e os pobres não. Houston é especialmente interessante porque é uma cidade com obsessão de dirigir e é então a gente sem carros pode ficar muito asilada. Está situação é exacerbada pela falta de leis de zonear: é possível construir qualquer coisa em qualquer lugar. Eu fiquei chocado quando me di conta de que uma vizinhança muito pobre ficasse muito perto de Rice, que é cercada por uma vizinhança riquíssima.

Diversidade num mundo de shoppings e gasolina

http://www.vbs.tv/watch/music-world/screwed-in-houston

quinta-feira, 10 de março de 2011

L de Letra

Não posso me concentrar na aula de Química, A matéria é chata, os outros estudantes barulhentos, e o meu caderno só boceja e me convida para desenhar. A aula passada eu provavelmente escrevi cinqüenta palavras no mesmo número de minutos. Desenhei um homem com prato como rosto e com serpentes enrolando seu corpo que cobriu a maioria da página em que eu anotava. É estanho porque nunca posso desenhar coisas assim quando estou sentado e concentrado na imagem- só é possível no ambiente quase distraído, um pouco “hipnagógico” em que eu vejo aranhas, fantasmas, qualquer coisa no quadro negro. O problema especial com essa classe é a letra da professora em que é impossível não encontrar inspiração. Seus L’s são tão perfeitos, escritos tão lentamente e com tanto amor, que a primeira vez que o escreveu eu estava certo de que só pudesse ser feito para uma palavra especial, como no início de capítulos de livrões antigos; mas, não, toda vez ela faz a letra assim. Sua parede se torna um bosque vitoriano cheio das leis enimáticas de químicas famosos e símbolos que indicam tão longe as partículas que viajam até que colidem espantosamente.

Um amigo me surpreendeu recentemente quando me elogiou sobre a minha escrita. “É muito melhor que era na escola secundária,” disse ele. Eu ri, pensando em todas as queixas das pessoas que lêem o que eu escrevo. Mas, realmente, quando tenho tempo para ser lentíssimo, eu gosto de sentir as curvas dos J’s e G’s e os pontos dos E’s. Eu adotei os E’s dum professor de História e os Y’s duma professora de espanhol. É um pouco desconfortável dizer isso, como se fosse uma confissão dum camaleão no meio dum grupo de répteis honestos. Também não gostava muito desses professores de quem roubei: é estranho pensar em carregar uma parte deles na mão para sempre.

sexta-feira, 4 de março de 2011

K de Kraken

Como homem criado no Colorado, com centenas de milhas entre mim e a costa em cada direção, eu tenho um medo, bem, uma inquietação do mar. Não ajuda de maneira nenhuma que o meu pai me tenha me mostrado o filme “Jaws” quando era muito jovem. Não quero imaginar que aconteceria se eu fosse à praia com menina que quisesse nadar comigo no noite alta- o som das duas teças mais baixas do piano tocando, num ritmo apressado envolveria a minha cabeça. (Eu também gostava de brincar com os soldados de chumbo até o meu pai me mostrar a cena inicial de “Saving Private Ryan,” mas acho que ter aversão disso é mais saudável.)

O mar é um “outro” grande da humanidade- fonte da vida e atração para a maioria da população- mas ultima e profundamente misterioso e enigmático. Portador de vida e morte, dependente dos caprichos dele, uma graça ou uma maldição para o viajante. Me fascinam as lendas dos Vikings, os Europeus originais que foram para o Novo Mundo pelo Oceano Atlântico.

A Kraken é uma monstruosidade, parte lula gigantesca, parte ilha que aparece de repente. Mas também era fonte da vida- os pescadores tinham crenças que uma pesca perto da Kraken era ótimo. Podemos tentar explicar o Kraken de algumas maneiras- atividade vulcânica, no mar, tempestades terríveis, e, mais interessante, as lulas enormes que são encontradas mortas nas redes de barcões. Apesar de meu medo, me parece muito triste que as lendas antigas agora sejam algo inconveniente e morto nas rodas dentudas de nossa civilização.